No fim da tarde parei.
Contemplei o céu rosado, como qualquer primavera de minha infância.
Fiquei assim por algum tempo, minutos talvez, que me pareceu a eternidade.
Petrificada.
Semblante de paisagem.
Por esse instante me isolei de qualquer barulho da rua movimentada ao meu redor.
"É uma despedida"... Pensei.
Não sabia do que estava me despedindo, talvez estivesse deixando para trás a rotinha desordeira que se encontrava minha vida e que talvez também eu venha a sentir saudade mais tarde.
É outro tempo começando, no qual se deu a partir da faxina que comecei fazer ontem no meu quarto.
Tive então uma vontade de ligar e comentar da paisagem que eu pairava e admirava boquiaberta.
Não. Não liguei. Esse momento era só meu.
Assim fui deixando o cinza (re)tomar o céu devagar.
O rosa foi ficando cada vez mais claro, cada vez mais imperceptível.
E finalmente agradecia a qualquer coisa divina por aquele momento.
Deus existe.
Nenhum comentário:
Postar um comentário