Foi um sábado com gosto de café suave, vodka e energético. Foi gostoso viajar em palavras e versos de dois olhares cúmplices.
Senti saudade de mim. Da moça da janela também. E por que não relembrar? Se não fizer bem para os dois, faz bem para os quatro, não é assim?
A moça da janela
Todas as manhãs subia ela, mesmo horário, mesma rotina. A moça singela com o seu gato ranzinzo.
Apontavam como louca e quando ela passava os homens comentavam "nunca vi louca tão bela". Ela era a moça singela.
Tinha os olhos mais vazios que se pode existir, olhava sempre pra um nada misterioso. Adorava ficar as tardes na janela. Ela era a moça singela.
Era de poucas palavras, mas falava em ir pra um país chamado Ilhas Marshall (duvido que exista esse lugar).
Sempre conversava com a velhinha da frente, que também era de meias palavras, mas quando ela chegava, passavam horas falando baixinho e rindo com malícia de adolescente. Era ela, a moça singela...
E quando anoitecia sentava na neblina com seu gato no colo e mais uma vez olhava para longe (talvez para Ilhas Marshall).
Seu gato miava assim como ela, discretamente. E ela levantava em passos rasteiros e buscava a sua tigela.
Um dia ela sumiu não se sabe pra onde, não se viu movimentos de mudança, ela apenas sumiu...
Acho que de fato nunca existiu.
Às vezes surge nos meus sonhos moças que se parecem com ela, mas quando se viram eu as vejo sorrir e percebo que jamais seria ela, a moça singela não sabia sorrir.
Então acordo com o barulho de um gato ranzinzo e volto a dormir.
(2006)
Senti saudade de mim. Da moça da janela também. E por que não relembrar? Se não fizer bem para os dois, faz bem para os quatro, não é assim?
A moça da janela
Todas as manhãs subia ela, mesmo horário, mesma rotina. A moça singela com o seu gato ranzinzo.
Apontavam como louca e quando ela passava os homens comentavam "nunca vi louca tão bela". Ela era a moça singela.
Tinha os olhos mais vazios que se pode existir, olhava sempre pra um nada misterioso. Adorava ficar as tardes na janela. Ela era a moça singela.
Era de poucas palavras, mas falava em ir pra um país chamado Ilhas Marshall (duvido que exista esse lugar).
Sempre conversava com a velhinha da frente, que também era de meias palavras, mas quando ela chegava, passavam horas falando baixinho e rindo com malícia de adolescente. Era ela, a moça singela...
E quando anoitecia sentava na neblina com seu gato no colo e mais uma vez olhava para longe (talvez para Ilhas Marshall).
Seu gato miava assim como ela, discretamente. E ela levantava em passos rasteiros e buscava a sua tigela.
Um dia ela sumiu não se sabe pra onde, não se viu movimentos de mudança, ela apenas sumiu...
Acho que de fato nunca existiu.
Às vezes surge nos meus sonhos moças que se parecem com ela, mas quando se viram eu as vejo sorrir e percebo que jamais seria ela, a moça singela não sabia sorrir.
Então acordo com o barulho de um gato ranzinzo e volto a dormir.
(2006)
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