terça-feira, 16 de dezembro de 2008

O sentir apressado.

Essa corrente de ar frio que fica entre estômago e coração, fazendo cócegas internas. Isso causa em mim uma ansiedade insolúvel que provoca por vezes risos nervosos e calafrios incessantes.
Meu querer, esse se distrai se perdendo em uma amplidão sem confins.
Quero ruídos de tímidas risadas ou gargalhadas, quero choro de criança, quero abraços e muitos beijos, quero o risco e o rabisco, quero o que faltou e o que estar por vir. Quero o tudo e o nada: quando o tudo me completa e quando nada mais me falta.
O meu sentir é apressado, vivo de controlar impulsos. Tenho certa urgência no acontecer, no tocar. Ajo então de uma leveza bruta, que por ora pode vir acompanhada de repressão ou revolução. Arrependimento, nunca.
Mas sou obediente, aprendi a lidar com minha ânsia. E também sou amor, a minha alma anda nua. Mas se eu pudesse abraçar o meu sonho... seria tão melhor.
Agora mesmo eu sorri. Tenho certeza que foi a tal corrente de ar, fazendo cócegas em meu coração.
"Faça com que eu tenha a coragem de me enfrentar.
Faça com que eu saiba ficar com o nada e mesmo assim me sentir como se estivesse plena de tudo.
Receba em teus braços o meu pecado de pensar.”
(Clarice Lispector)

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