sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

O poeta pai.


...cores do céu, cândidas e puras.
Fortes, rubras ou pálidas....cálidas.
Renderam-se à sensibilidade da menina filha!!
Todas a esmo, capturadas.
Nessa batalha vil, de colorir o mundo,
a vida; eis que aqui estão...
(hehehehehehehehenquadradas)
...pela lente da Menina Filha.

Percebo que, com ela, conspiram para tornar belo, o óbvio.
Tramam entre si. Sentem a "Brisa" bater, fazendo dançar paixões e emoções.
Tornando óbvio......
o belo.

Não só por isso a amo.
Por isto, a admiro!
Ser só fã não serve.
Servirei-te de amor sempre.
Aqui ou lá.

Colheremos cores, destilaremos "aqueles" amores,
que dobraram a esquina pensando que assim seriam esquecidos.
Serão transformados em néctar dos Deuses......
reciprocamente fãs!

...o pai.

(José Palladino)


Dia desses, meu pai tatuou em seu braço o nome da filha mais nova. É claro que eu, leonina que sou, mudei de cor de tanto ciúmes que senti, e não escondi isso dele. Fiquei alguns dias de "cara amarrada" e distante.
É que eu sempre fui muito apegada ao meu pai. Ele foi o meu primeiro herói e eu dizia para todos os meus coleguinhas que quando ele ficava nervoso, ficava verde e bem forte... sim, ele era o Hulk. E ai de quem duvidasse de mim, pois eu podia jurar que lá em casa tinha uma foto que comprovava o que eu dizia. Acho que foi o próprio quem me disse isso e eu acreditei piamente. E claro que fantasiei, apesar de nunca ter visto meu pai na sua forma clorofila, eu ficava pensando "o que seria preciso pra deixá-lo tão nervoso a ponto de se transformar?". Bom, era melhor nem saber mesmo. O fato é que ele era o meu herói e ponto.
Lembro-me bem dele me chamando de "Princeeesaaa, princesinha linda do papaiii" e eu vinha de lá toda requebrante, com sorrisinho dengoso e cabecinha para um lado e para o outro.
Com ele, eu sempre tive tudo que quis! Sim, ele é o culpado de eu ser mimada até hoje!
Certa vez, quando a gente viajava, ele pegou no meu nariz com os dedos, fez que arrancou e jogou pela janela. Eu passei uns 30 segundos em estado de choque, calada e depois abri o berreiro... "eu quero o meu nariiiiizzz, não quero ficar sem nariiiizzz", um escândalo só! Meu pai, coitado... me mostrava no espelho, desesperado dizia: "Mimi, seu narizinho tá aí, olha só!", mas eu nem olhava e gritava mais alto ainda: "QUERO MEU NAAAARIIIIZ!!!". Eis que ele parou o carro e fingiu pegar o tal nariz. E eu, não satisfeita, chorei mais ainda "Não foi aíí, não sou besta, foi mais pra tráaas!!!"... hehehe... O que ele fez? Deu uma rezinha pelo acostamento, abriu a porta, pegou o meu nariz e me devolveu, sorrindo... Então eu calei aliviada. Eu devia ter uns 3 anos, mas é engraçado como me lembro bem desse fato.
O tempo foi passando e meu pai continuou me devolvendo narizes. Sempre fazendo de tudo pra me agradar. É claro que entramos em atrito tantas vezes. Eu nunca tive medo de dizer tudo que eu acho pra ele. Muitas vezes já até levei gritos, tapas na boca (merecidos), algumas palmadas e olhares reprovadores.
Devo dizer que, como qualquer ser humano, meu pai não é perfeito. Está longe disso...
Temos alguns pontos de divergência, algumas visões diferentes. E eu também nunca temi em expor opiniões pra ele, a ponto de deixá-lo sem palavras. Acho que algumas vezes ele até pensou "minha princesinha cresceu, hoje me desafia...", estou certa, Dad? Mas desafio porque sou assim, digo o que penso, doa a quem doer, coloco o dedo na ferida, mas não pra machucar mais e sim pra alertar que se deve tratar, minha personalidade é forte e tenho certeza que disso você se orgulha.
Quando sofro de amor, ele tenta fazer com que eu seja mais racional e eu franzo a testa e bato o pé, digo que sou só e unicamente AMOR. Que não vou, que não quero mudar.
Mas a gente se entende. Sempre nos entendemos. Ainda é o meu herói, ainda sou sua princesa. Como na música do Chico, João e Maria.
Ontem ele me escreveu o amor em forma de poesia (essa aí em cima). Fiquei como boba lendo e (ré)lendo, foi aí que percebi que não posso ter ciúmes daquela tatuagem, pois a que ele fez pra mim é em um lugar muito melhor: no seu coração.

Nenhum comentário:

Postar um comentário