terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Manhã de Iemanjá

Pela manhã fui estender as roupas no varal...
- Que vento gostoso que sopra os meus cabelos!
E quase que piso em um passarinho morto.
Que susto!- Até o vento parou e meu cabelo nem balança mais.
Que feio! Um pássaro sem vida é fétido.
Que logo apodrece que vira esqueleto, que vira pó, que o mesmo vento que leva, é o mesmo vento que aos meus cabelos voltam a beijar.
Estender roupas é algo que realmente me distrai.
Porque eu canto baixo e canto alto, e eu olho a cidade do alto e me lembro de quando eu era menina pequena que via um passarinho caído morto e sorria, porque achava engraçado: passarinhos que dormem em plena luz do dia.

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