Ora, palavras são apenas letras enfileiradas, devidamente organizadas para dar sentidos às coisas.
Ou então, tão emaranhadas que se afiam mais que ponta de faca.
Para que servem as palavras? Vezes para florir, vezes para ferir.
Palavras convencem, contornam, conformam, confessam, confirmam, confundem, consagram, sangram e fodem também.
Pensamento são palavras cuidadosamente silenciosas. Igualmente perigosos, mas só para quem pensa.
Logo, pensar demais e falar demais estão quase no mesmo patamar. É preciso ter cautela para ambos.
Chega a hora de quietar a mente e deixar ecoar todas as vozes que vem de dentro, essas vozes tem foco, mas são simultaneamente surdas, por isso bloqueiam todo e qualquer ruído.
São vozes que vem direto do coração e que ensinam de forma lenta e delicada como se usar as palavras.
Deixa a palavra escorregar,
Como um jardim o âmbar e a cidra,
Magnânimo e distraído,
Devagar, devagar, devagar.
(B. Pasternak)
Como um jardim o âmbar e a cidra,
Magnânimo e distraído,
Devagar, devagar, devagar.
(B. Pasternak)
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